

Os povos Inỹ/Javaé se autodenominam Berò Biawa Mahãdu, sendo na língua materna Inỹ rybé, berò é igual a rio, biawa significando companheiro ou amigo e mahãdu é igual a povos ou povo, com o qual significa “rio companheiro” ou “amigos do rio” ou, ainda, numa tradução literal “povos do rio companheiro”. A palavra Javaé ou Javaés, ainda, é de origem desconhecida. Os povos Inỹ/Javaé têm uma trajetória de constituição como povo indígena com características próprias, tais como a língua, cultura e os rituais.
Os povos Inỹ/Javaé habitam a Ilha do Bananal, – conhecida por eles como Inỹ Olona (o lugar onde surgiram os Inỹ) ou Ijata Olona (o lugar onde surgiram as bananas) –, na Terra Indígena Parque do Araguaia e na Terra Indígena Inãwébohona, no município de Formoso do Araguaia, estado do Tocantins. A maioria deles vive, em dezoito (18) aldeias, e se localiza na parte leste das margens do rio Javaés (Berò biawa – rio companheiro) e o interior da Ilha do Bananal e afluentes desse rio.
Os modos de vida dos povos Inỹ/Javaé são vivenciados, em dezoito (18) aldeias, localizadas nas Terras Indígenas Parque do Araguaia e Inãwébohona, do território da Ilha do Bananal, nos quais em cada uma das aldeias apresenta um sistema próprio de organização social relacionados a divisão entre metades cerimoniais, classes de idade, a endogamia de aldeia e de parentela, a uxorilocalidade, o casamento preferencial com primos cruzados bilaterais distantes, referindo-se aos afins com tecnônimos, além de casamentos interétnicos, atualmente flexibilizados, mas são desaprovados.
A língua indígena dos povos Inỹ/Javaé é o Inỹrybè, pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê. Estes povos se autoproclamam Inỹ, “ser humano” ou “gente”. Inỹrybè é o nome tradicional da língua indígena denominando Inỹ (gente) e rybè (língua). Outra explicação que os povos Inỹ/Javaé refletem e dão significados acerca da língua inỹrybè, diz respeito a forma de falar (dialetal), propriamente Javaé, literalmente, “o caminho (ry) da água (bè) na gente (inỹ). Esta língua é amplamente falada nas aldeias dos povos Inỹ/Javaé, principalmente, pelos indígenas mais velhos e anciãos.